Casa de Recuperação e Benefícios Bezerra de Menezes

Museu Bezerra de Menezes

"De nada vale o brilho da inteligência, se o coração permanece às escuras". — Bezerra de Menezes

2. ORIGEM FAMILIAR

Adolpho Bezerra de Menezes, nasceu em 29 de agosto de 1831, na Fazenda das Pedras, próximo ao Riacho das Pedras, na freguesia do Riacho do Sangue, hoje encravada no município de Jaguaretama, Ceará. Era filho de Antonio Bezerra de Menezes e de dona Fabiana Cavalcanti de Albuquerque. Foi batizado pouco mais de um mês após seu nascimento, na matriz de Nossa Senhora da Conceição, conforme se depreende de seu batistério, exarado nos seguintes termos:

Adolpho, nascido aos vinte e nove de agosto de mil oitocentos e trinta e um e batizado nesta matriz aos dois de outubro do mesmo ano, filho legítimo do capitão Antonio Bezerra de Menezes e de dona Fabiana de Jesus Maria, moradores nesta freguesia, neto paterno do tenente–coronel Antonio Bezerra de Souza e dona Maria da Costa, e materno do capitão José Roiz da Silva e dona Maria Ignacia Cavalcanti. Foram padrinhos: ajudante José Bernardo Bezerra, casado, e dona Joana Antônia Bezerra do Sacramento, solteira, todos moradores nesta freguesia, e para constar fiz este assento. O vigário Antônio Francisco Régis de Leão Saraiva.

Em cima das ruínas da casa da fazenda Santa Bárbara, de seu avô, coronel Antonio Bezerra de Souza, onde há 181 anos nasceu o Médico dos Pobres, funciona há alguns anos o Polo Bezerra de Menezes – PODEBEM -, lugar de assistência social e espiritual e caridade para a população pobre da região, coordenado por voluntários e mantido por meio de doações, inclusive com a escola Fabiano de Cristo.

3. FORMAÇÃO ESCOLAR:

A vida estudantil de Bezerra iniciou-se no ano de 1838, na escola pública de Riacho do Sangue, onde em dez meses, aos sete anos de idade, aprontou-se em leitura, escrita e contas. Em 1842, na Serra do Martins (RN), matriculou-se na escola de latinidade, fundada em 1831 pelos padres jesuítas e, com apenas dois anos de estudos da língua de origem romana, foi capaz de ser monitor, auxiliando o professor.

Em 1846, de regresso ao Ceará, Bezerra de Menezes fixou-se na capital da província, provavelmente em virtude da terrível seca do ano anterior, que causou a perda quase total dos gados da província e determinou a migração de inúmeras famílias ao litoral. Assim, Adolpho continuou seus estudos em Fortaleza, no Liceu do Ceará.

Em 23 de fevereiro de 1851, meses antes do de falecimento de seu pai – em outubro -, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, em março do mesmo ano, iniciou os estudos de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

No ano seguinte (1852), ingressou como praticante interno ("residente") no hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Além disso, dava aulas particulares de Filosofia e Matemática.

Obteve o diploma de graduação em 1856, com a defesa da tese: "Diagnóstico do cancro" (estudo teórico). Nesse ano, o Governo Imperial decretou a reforma do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro e nomeou para chefiá-lo, como Cirurgião-mor, o Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, antigo professor de Bezerra de Menezes, e que o convidou para trabalhar como seu assistente.

CONTINUA