NO FUTURO
“E não mais ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão dizendo: – Conhece o Senhor! porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior.” – Paulo. (HEBREUS, 8:11)
Quando o homem gravar na própria alma
Os parágrafos luminosos da Divina Lei,
O companheiro não repreenderá o companheiro,
O irmão não denunciará outro irmão.
O cárcere cerrará suas portas.
Os tribunais quedarão em silêncio.
Canhões serão convertidos em arados.
Homens de armas volverão à sementeira do solo.
O ódio será expulso do mundo,
As baionetas repousarão,
As máquinas não vomitarão chamas para o incêndio e para a morte,
Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.
A justiça será ultrapassada pelo amor.
Os filhos da fé não somente serão justos,
Mas bons, profundamente bons.
A prece constituir-se-á de alegria e louvor
E as casas de oração estarão consagradas ao trabalho sublime da fraternidade suprema.
A pregação da Lei
Viverá nos atos e pensamentos de todos,
Porque o Cordeiro de Deus
Terá transformado o coração de cada homem
Em tabernáculo de luz eterna,
Em que o seu Reino Divino
Resplandecerá para sempre.
(Fonte: "Pão Nosso" – Emmanuel/Francisco Cândido Xavier)
NOVA ERA
Nova Era vai surgir.
Era de arrumação – transformação –, modificações radicais nos conceitos religiosos, nas crenças humanas, nas ciências, nas artes.
Era que arrastará por determinado tempo os preconceitos arcaicos, as verdades mentirosas... que lenta e gradativamente derrubará os ídolos falsos dos corações humanos.
Modificações extremas, fazendo o homem raciocinar, meditar, chorar e sorrir.
Uma nova Humanidade – novos Céus, nova Terra.
O preparo pede renúncia, abnegação, espírito de serviço.
A fé raciocinada dominará os corações.
A certeza da continuidade da vida será ponto pacífico no orbe terrestre.
Cada obreiro tem o seu lugar de trabalhos, afanosos ou não, segundo as circunstâncias, mas a responsabilidade do momento presente é imensa.
Tudo deve ser feito com atenção e espírito de humildade; nada deve ser desviado do grande objetivo.
Cautela no trabalho, unido ao espírito de fraternidade.
Paz na consciência – pelo dever cumprido.
Horas aproveitadas – e desdobradas em tarefas consoladoras.
Não nos cansemos do preparo para a Nova Era.
É o momento da edificação das bases positivas – sólidas para a vitória do Reino de Deus nos corações.
Desembaracemo-nos das perturbações do mundo, das inquietações que causam tanto malefício ao corpo e ao espírito.
Do barulho inútil e sistemático da vida moderna.
Refaçamo-nos diante do Grande Espelho da Vida – olhando-nos no passado, examinando o presente e preparando o futuro.
Um tijolo em falso na construção de um edifício poderá causar dissabores.
Um coração sem Cristo pode alterar programas de base.
Por isto, oração e vigilância.
Serenidade e Confiança.
Caridade e Amor.
Realizemos em nós a transformação necessária, fazendo refletir sobre nossos irmãos infelizes a benção da paz, na vivência cristã.
Sejamos unidos em nossa crença – avancemos sem temor, aguardando a formosa aurora da Nova Era que não tarda.
MANUEL QUINTÃO
(Fonte: Mensagem psicografada pela médium Maria Cecília Paiva, na noite de 19 de novembro de 1981, no “Grupo Ismael”, na Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro, RJ – publicada em Reformador – Janeiro de 1982.)
OS EVANGELHOS EXPLICADOS: A INFÂNCIA DE JESUS
Jesus no Templo entre os Doutores(Lucas, 2: 41 a 52)
20. Em Maria, a decomposição
se operou porque o sangue, por
efeito do magnetismo espiritual e
de uma ação fluídica, foi latificado.
Depois, por ocasião da amamentação
aparente, o leite que se formara
era, a seu turno, decomposto e
cada uma de suas partes, como já
o dissemos, restituída à massa do
sangue.
21. A amamentação da infância não era então o que é hoje. A mãe amamentava o filho por todo o tempo em que nela o leite se formava. Daí vem que esse modo de alimentação se prolongava até contar a criança dois ou três anos, idade em que já corria sozinha desde muito tempo, sobretudo naqueles climas.
22. Lembrai-vos de que os homens dessa época, e, principalmente, daqueles países, tinham costumes muito distanciados dos vossos, de que lá a vida se passava tanto fora como no interior das habitações, de que as crianças, logo que sabiam equilibrar-se, iam correr aos bandos onde bem lhes parecia, ou se isolavam, segundo seus caracteres e gostos. Durante tais ausências, comiam frutos ou mel silvestre, não constituindo mais o leite a alimentação exclusiva. A amamentação se adaptava às condições da natureza e cessava quando o menino sabia mais ou menos prover à necessidade do seu sustento.
23. Haveis de compreender que, nesse período do aparecimento de Jesus, diante da natureza perispirítica da sua aparente corporeidade humana, tudo se havia de realizar nas mais fáceis condições, tudo tinha que concorrer para o fim visado e concorreu, de maneira que se desse o que devia dar-se.
24. Jesus se criou como todos os meninos precoces da sua idade, tendo falado e andado muito mais cedo do que as outras crianças, revelando aos olhos dos homens, como aos de Maria e de José, excepcional precocidade.
25. Antes de chegada a época de cessar a amamentação ordinária, começou Ele a ir para os campos, ou com os outros meninos, ou só. Depois, passou a ir sozinho, a separar-se das demais crianças, a afastar-se das suas vistas, sem jamais pedir de comer ao voltar para casa. Acreditavam todos que se alimentara, como o faziam seus infantis companheiros, de frutos, ou de mel silvestre e, sendo a atenção de Maria desviada, para que se não preocupasse com os cuidados maternos, ninguém cogitava de alimentar o menino, de modo diferente. Sem compreender o motivo, Maria não era a mãe humana que prevê todas as necessidades do filho e as previne. Ela sentia instintivamente que o seu não precisava dessa vigilância e, junto Dele, cumpria muito poucos dos deveres que a maternidade impõe às mu- lheres. Não se infira daí que fosse uma mãe indiferente. Isso quer dizer apenas que, guiada pelos Espíritos seus protetores e amigos, se abstinha de cuidados e atenções inúteis.
(Fonte: "Os Quatro Evangelhos", org. de Jean Baptiste Roustaing, psicografia de Émilie Collignon, Ed. Ibbis, Brasília, 2022. Item 47)
ESTUDOS FILOSÓFICOS: A MAIOR E MELHOR COLEÇÃO DE ARTIGOS ESPÍRITAS DA IMPRENSA BRASILEIRA ESTÁ DE VOLTA
Artigo CCCLVIII - O PAIZ, 01.10.1894
Confrontemos os cânones com o Evangelho, ou antes, as
práticas e ensinos da Igreja com as práticas e ensinos do divino
Mestre, em relação ao caso que nos trouxe à arena, a proibição
decretada pelo nosso diocesano de sufragar-se as cinzas de suicidas.
Jesus disse: “Eu não vim curar os sãos, mas sim os doentes”. E parece que ninguém acreditará que estas palavras devam ser aplicadas a outras molésticas que não as da alma. E parece ainda mais que ninguém atribuí-las-á somente em relação a esta vida, pois que o sentido fica completo por estas outras do mesmo Mestre: “Do rebanho que me destes nenhuma ovelha se perderá”.
Veio curar os doentes e todos salvar-se-ão, quer dizer, ou nada vale a lógica, que mesmo os que não foram curados nesta vida, estes tantos que morrem em pecado, serão curados depois dela; não se cogitando aqui do como e do quando de tal cura.
Se, pois, é do Evangelho que mesmo o pecado mortal não mata a alma, que deve ser infalivelmente salva, pois que do rebanho de Jesus nem uma ovelha se perderá, como conciliar-se esta promessa do Cristo com os cânones da Igreja, que considera morta a alma do suicida e, como tal, indigna dos sufrágios da mesma Igreja, que diz-se representante fiel do Cristo?
Ou Cristo mentiu quando prometeu a cura de todas as almas do seu rebanho, ou Cristo mente agora, por seu fiel repre- sentante na Terra, quando condena à morte eterna a alma de Mancinelli, o suicida!
O procedimento do ilustrado Sr. arcebispo, aliás fundado nos cânones, sujeita o sublime Modelo de todas as perfeições a este tristíssimo, quase ridículo e certamente blasfemo dilema, blasfemo, porém, não para quem tira as consequências das premissas, porém sim para quem tais premissas estabelece.
Quem é Mancinelli ou outro qualquer suicida? Seguramente uma das ovelhas de que falou o divino Pastor.
Em tal caso não pode perder-se, embora tenha de sofrer duríssimas penas pela transgressão da lei de Deus.
Como então condena-o a Igreja à perdição?!
Ou quererá o Sr. arcebispo que o suicida não é ovelha do rebanho; não tem por isto direito às promessas de Jesus!!
Só assim, desumanizando a alma do suicida, pode a Igreja evitar as pontas daquele inflexível dilema!
Passemos, por caridade, uma esponja sobre tudo o que aí fica e muito nos confrange e a todo que for cristão em Cristo. Perguntaremos agora:
O que é o suicídio, mesmo segundo a Igreja?
Um crime que mata a alma, ou, o que vale o mesmo, um crime que condena a alma a penas eternas.
Cá fora da Igreja, onde prevalece a lógica da razão e não a da fé passiva, que acredita porque é absurdo; cá fora há diferença entre os condenados, segundo os graus da condenação, mas não há diferença de um para outro entre os que são condenados ao mesmo grau de pena.
A Igreja condena à morte os que acabam em pecado mortal.
Logo todos estes infelizes valem a mesma coisa; são todos precitos.
Como se explica então que a Igreja trate diferentemente os que ela mesma condena à mesma pena, à pena de morte eterna?
A Igreja proibiu, algum dia e n’alguma parte, sufrágios pela alma do bandido, do quadrilheiro, do que conta os minutos de sua vida por crimes públicos contra as leis dos homens e contra as leis de Deus?
Pois eles, segundo os cânones, vão para o Inferno também, como o suicida.
Se um espírita, possesso do demônio, pudesse alcançar dos que estão em graça de Deus, uma graça, nós pediríamos ao Sr. arcebispo que nos desfizesse a dúvida que nos causa aquela diferença no modo de tratar as pobres almas perdidas.
Mancinelli deve doer-se de ver-se tratado como não se-lo-á Jack, o estripador, como já o tem sido tantos outros seus iguais, do que do calor abrasador e das mais torturas do Inferno de Callot
.Tenha paciência. Jesus perdoou a adúltera; porém seus fiéis representantes na Terra não entendem dessas coisas, que se chamam clemência, benignidade, compaixão, misericórdia!
Tenha paciência. Jesus só teve lágrimas para as desgraças humanas, porém os oficiais de sua corte na Terra não têm como comoverem-se, preocupados com a reconquistra do poder temporal, do reino do mundo!
Tenha paciência e fé, nunca perdendo da memória a Parábola do Filho Pródigo que, apesar das condenações da Igreja, é infalível, porque é uma promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Bem dizem que os espíritas são possessos do demônio! Só o maldito é que podia trazer-nos agora à mente a história daquele Lázaro, que posto à porta do rico, comia os ossos que os cães fartos não queriam.
O resto, nem pelo demônio, estamparemos aqui mesmo, porque falta-nos espaço para lembrar ao Sr. arcebispo Esberard, em largos traços, a história do Cristianismo.
Enquanto os primeiros cristãos praticavam os ensinamentos de Jesus, trabalhando mais pelo Reino de Deus do que pelo reino do mundo; enquanto pregavam o Evangelho com a mansuetude e tolerância de que o Divino Cordeiro deu constantes exemplos em toda a sua vida, o estandarte da cruz chegou a dominar os próprios bárbaros, que avassalaram o império que deu leis e impôs jugo ao mundo inteiro.
As águias sempre vencedoras foram abatidas; o símbolo da humildade e do amor submeteu a seu doce e leve jugo os vencedores dos vencedores!
Que lição, nobre arcebispo; que lição para os continuadores da obra dos Apóstolos!
Apesar, porém, dela, e desde que a cruz dominou o mundo, Roma a cristã, Roma a católica, Roma a apostólica, esquecendo os ensinamentos de Jesus, ambicionando antes o reino do mundo do que o Reino de Deus, opôs seus cânones, saturados de intolerâncias e de rigores, à puríssima e suavíssima doutrina do Evangelho, esmagando os díscolos, que protestavam contra a transgressão da lei de Jesus, e fazendo correr rios de sangue, ad majorem Dei gloriam, por forças a submissão a seus mandamentos!
A esta quadra funesta e desoladora corresponde o aparecimento, em gérmen, da incredulidade, que chegou a campear no mundo, e que triunfou da infalibilidade papal, arrancando o cetro aos sucessores de S. Pedro.
Na primeira fase, Roma conquistou o mundo; na segunda o mundo vai reduzindo-a à dolorosa condição de Jerusalém.
A humildade tolerante deu força invencível; o orgulho intolerante e a ambição do reino do mundo vão acentuando, dia por dia, a depauperação do velho corpo, galvanizado pelo fanatismo e pela ignorância.
A Igreja vai seguindo a trilha do sacerdócio hebreu, porque não atende ao modelo que lhe foi dado em Jesus, seu instituidor.
Comparai o perdão da adúltera com a condenação de Mancinelli, e dizei, em consciência, uma coisa é conforme com a outra?
Para darmos neste ligeiro estudo uma autoridade insuspeita, daremos no próximo artigo uma alocução de um dos mais notáveis bispos da América.
Max.
(Da União Espírita)
Fonte: Confira o original deste artigo no arquivo da Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Para conhecer os demais artigos dessa coleção e seus volumes publicados por nossa CASA visite por favor nossa Biblioteca Virtual.
ANTOLOGIA UBALDIANA
MENSAGEM AOS CRISTÃOS
Pietro Ubaldi
(No XIX Centenário da Morte de Cristo)
Ó Cristãos do mundo inteiro, que tendes feito, em dezenove séculos de
trabalho, pela realização, na Terra, do Reino dos Céus?
Ao lado da criação de uma civilização, da direção milenária dada ao pensamento humano, de obras colossais da arte, de uma multidão de mártires, gênios e santos, ao lado de todo bem que o Cristianismo tem trazido por força da divina centelha que o anima, quanto mal proveniente da fraqueza humana em cujo meio tem operado! Quanta resistência tendes oposto a esse divino impulso que anseia por elevar-nos! Quanta tenacidade vossa para permanecerdes substancialmente pagãos! Quantas tempestades não tem o homem desencadeado, com suas paixões, em torno da nave da Igreja de Roma!
A dura necessidade de comprimir o incoercível pensamento na forma, em regras disciplinares, e de cobrir a verdade resplandecente com um véu de mistério, foi imposto por vosso instinto de rebeldia, que de outro modo teria levado o princípio original a fragmentar-se no caos.
Algumas elevadas verdades que o Cristianismo contém não puderam exercer ação senão por motivo de imaturidade dos homens; certas liberdades não podem ser concedidas àqueles que estão sempre prontos a abusar de tudo.
Que imenso esforço, que longo caminho deve percorrer a idéia divina até poder concretizar-se na Terra!
Nunca vos interrogastes que imensa força moral representaríeis no mundo se fôsseis verdadeiramente cristãos? Nunca a vos mesmos perguntastes que paraíso seria a Terra se houvésseis compreendido e praticado a boa nova do amor evangélico? Em vez disso, que triste espetáculo! A palavra de unidade subdividiu-se, o rebanho está desunido, os filhos de Cristo já não são irmãos, mas inimigos!
É chegada a hora de despertardes á luz de uma consciência maior. O tempo maturou o momento de grandes abalos, inclusive no campo do espírito.
E no momento decisivo eu venho lançar no mundo a idéia decisiva. Venho reunir-vos todos, ó Cristãos do mundo, a fim de que, acima da forma que vos divide, vos aconchegueis em torno da figura de Cristo e encontreis de novo uma unidade substancial.
Isso vos digo em Seu nome, quando se completam dezenove séculos de Sua morte e a história se encaminha para o terceiro milênio. Digo-vos que deveis abraçar-vos novamente em face da ameaça do iminente momento histórico, a fim de que vossa união constitua uma barreira contra o mal, que se prepara para desencadear um tremendo ataque. As grandes lutas exigem grandes unificações.
Não toco em vossas divisões de forma, mas enfatizo a substância da idéia de Cristo, de que todas vossas crenças nasceram. Quero que se vivifique a fé, desfalecente em vossas almas; que se reanime a fé nas coisas eternas, já escritas com tanta simplicidade; que de novo viva o singelo espírito do Evangelho e vos torne todos irmãos. É somente disso que o mundo precisa e essa é a solução para todas as crises. Não são necessários novos sistemas: é preciso que surja o homem novo.
Eu venho para unir, não para dividir; trago paz e não guerra. Não toco em vossas organizações humanas, mas vos digo: Amai-vos em nome do Cristo e vossas organizações se tornarão perfeitas.
Antes do início do novo milênio, todos os valores humanos sofrerão uma grande revisão e a fé se enriquecerá com a contribuição da razão e da ciência.
Na iminência dos tempos, que toda a Cristandade volva seu olhar para o farol de Cristo.
Vinde, todos vós, ó homens que vos iludis pensando possuir uma verdade diferente. Deus é a verdade única, substancialmente idêntica em todas as religiões, na ciência como na fé.
Se os caminhos, as aproximações são diferentes, o princípio e a meta são a mesma idéia pura e simples do amor fraternal, idéia tanto dominante no Evangelho como no universo. Os profetas afirmaram com variação de poder e aspectos o mesmo princípio.
A humanidade se encaminha para as grandes unidades políticas e espirituais. Que não surjam novas religiões e sim que as existentes se unifiquem numa fusão de fé que envolverá o mundo. O progresso se encontra no amor recíproco, que une, e nunca na rivalidade, que divide.
Paz, união e amor sejam convosco na minha bênção.
(Fonte: "Grandes Mensagens")