Retrato de Bezerra de Menezes

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Bezerra de Menezes

Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da humanidade. - Allan Kardec

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A SUBLIME CANÇÃO

Jesus caminhando por paisagem espiritualOuviste a melodia da sublime canção que vem, desde há dois mil anos, fixando nas mentes e nos corações a mensagem de libertação que o evangelho proporciona.

O doce canto de Jesus conseguiu atravessar os tempos e continuar fascinando as vidas que se Lhe entregaram em total oferta, anelando por permanecer diante do seu autor.

Cada frase rica de luz penetra os sentimentos humanos e desencarcera-os das malhas grosseiras das trevas da ignorância multimilenar, ofertando liberdade e vida.

Os textos encantadores que falam de parábolas portadoras de incomparável conteúdo relatam os milagres operados pelo amor, encantando os seres que aspiram por beleza e anseiam pela plenitude da imortalidade.

São narrados com ternura e ouvidos com unção, abordando o sofrimento da ovelha perdida e do seu pastor, a angústia da mulher que também perdeu uma dracma, o padecimento do genitor abandonado pelo filho ingrato e o seu arrependimento, a generosidade do homem de Samaria que encontrou o judeu caído e deixado na estrada, a ansiedade das virgens loucas e a tranquilidade das prudentes, o desgosto do rico perdulário e a harmonia do pobre Lázaro...

Jamais se haviam escutado canções como essas e acompanhado a modulação de voz do seu cantor como Ele o conseguiu fazer.

Jesus cercado por luzes evanescentesPor isso mesmo, toda essa musicalidade permaneceu insuperável, vencendo os séculos e enriquecendo-os de esperança e de harmonia, mesmo quando a noite medieval tentou obscurecer-lhe a encantadora magia.

Aqueles que ofertaram a própria vida ao ministério de permanecer ouvindo-as e vivenciando-lhes os delicados harpejos puderam resistir à opressão da loucura de cada época, à crueldade dos surdos em relação à verdade, entregando-se ao holocausto, cantando-as todas sob suplícios inenarráveis, ansiosos pelo momento de voltarem a ouvir o seu Cantor...

A sinfonia das bem-aventuranças permaneceu inconclusa, porque somente a poderiam completar aqueles que ultrapassassem os ritmos de cada canto na partitura existencial terrestre... E isso ocorreu, a partir do martirológio que escreveu na mesma página, que seriam ditosos aqueles que amassem até ao sacrifício da própria existência...

E não foram poucos os poemas que nasceram entre as labaredas fumegantes que os devoraram, ou os punhais que lhes dilaceraram as carnes em forma de dentes dos animais selvagens ou dos instrumentos destrutivos habilmente manipulados por gladiadores insensíveis, a soldo da obsessão coletiva que tomou conta dos três primeiros séculos de expansão da musicalidade ímpar.

A glória da imortalidade apresentada na ressurreição do Mestre compositor transformou-se no concerto final da epopeia musical da Sua mensagem.

A canção continua ainda vibrando no ar da atualidade, modulada por incontáveis Espíritos que lhe sentem saudade e necessitam da sua harmonia a fim de prosseguirem na indumentária material.

***

Se te encontras desiludido e magoado com os desafios da existência corporal, para um pouco na corrida do desencanto a que te entregas e ouve a música sem par do evangelho de Jesus.

Se experimentas angústia profunda e estás a ponto de desistir da jornada, diante dos problemas e sofrimentos que te assinalam a marcha, permite-te um momento de reflexão ouvindo um trecho da sinfonia das bem-aventuranças.

Se sofres o apodo e a perseguição gratuita ou não dos adversários de ocasião, renova-te ao compasso rítmico das parábolas portadoras de profundos ensinamentos, que foram cantadas aos ouvidos dos tempos, a fim de alcançar-te hoje a acústica da alma.

Se enfermidades atrozes roubam-te as energias e pensas que não disporás de forças para suportar o testemunho, acompanha mentalmente o ritmo do Cantor no horto das Oliveiras, naquela noite tenebrosa de traição e de infelizes golpes, iniciando a tragédia que culminou no Gólgota.

Se sentes solidão e abandono, caminhando em pleno deserto, evoca os formosos staccatos no grande concerto que o Mestre regia sempre diante da multidão em sofrimento, partindo depois para a reflexão e o encontro com o Pai, distante de todos, a sós, e em oração.

Se te sentes excluído do grupo social em que te movimentas como consequência da tua eleição espiritual, evoca a frase musical a respeito daqueles que devem perseverar até o fim, quando se encontrarão em paz.

Jesus  curando pessoasEm qualquer situação, onde estejas e conforme te encontres, sob chuvas de desrespeito e açoites de incompreensões, tropeçando e caindo, fixa o pensamento na mensagem que se faz refrão na canção incomum, quando se refere que no mundo somente teremos aflições...

Impregnado dos acordes maviosos, torna-te, por tua vez, um cantor, modesto que seja, ampliando a música da alegria de viver por toda parte, a fim de que outros que se encontram aturdidos e inquietos possam acalmar as ansiedades, renovar as expectativas de felicidade, avançando na direção da melodia que verte do Alto e é conduzida pelos músicos espirituais encarregados de mantê-la viva e pulsante na Terra sofrida destes dias difíceis.

Nunca te permitas a surdez ou a indiferença ao sublime canto.

Aproveita o dia de luz enquanto transitas na roupagem carnal, contribuindo com o teu esforço em favor do movimento sinfônico do evangelho restaurado pelos imortais, trazendo de volta o inolvidável Cantor.

Enxuga, portanto, o suor e as lágrimas, no lenço da alegria de viver, da oportunidade que desfrutas, e nunca te permitas o desfalecimento.

As dificuldades de hoje se tornarão os sorrisos de amanhã.

As expectativas de agora se converterão na realidade de logo mais.

O certo é que nunca mais alguém pôde como Ele cantar o reino dos céus e sua justiça, a conquista da felicidade e do bem-estar, conforme o fez.

Não te consideres deserdado do Seu amor, porque Ele te deixou a harmonia da mensagem para que te nutras com as suas vibrações, avançando, sorrindo e confiando, sem cessar, no grande final.

***

Lentamente, enquanto amanhece a era nova, o divino canto emociona o mundo sofrido e as vidas estioladas, proporcionando-lhes renovação e estímulo para que prossigam todos os indivíduos no bom combate.

Onde quer que te apresentes, canta sempre a abertura da suave e doce canção: Paz seja convosco! E faze-te, por tua vez, também cantor da iluminação de todos os seres, pois que, para isso, estás convidado...

(Fonte: Ilumina-te – Joanna de Ângelis /Divaldo Pereira Franco)

RAZÕES DO MEU DESTINO

Uma árvore e suas raízesSó as compreendi quando, lendo o Evangelho de Jesus, encontrei as portas da reencarnação como sublime ensino e misericórdia do Senhor.

Só as divisei, quando, através às leituras evangélicas, verifiquei a justiça divina, agindo em nós e por nós, pelos nossos atos e ações.

Só as entendi quando interpretei, à luz soberana dos grandes esclarecimentos, a Grande Verdade:

Nossas provas vêm do passado distante;

Nossas dores frutos amadurecidos daquilo que semeamos um dia;

Nossas afeições, flores que perfumam o nosso caminho e que igualmente esparzimos nas estradas da vida florindo a vida de alguém;

Nossas alegrias, festas do coração no dia de hoje, que ontem ofertamos aos corações entristecidos na luta ou na dor.

Nossas esperanças, canções divinas que balsamizam o nosso espírito e que num passado não muito distante oferecemos aos nossos companheiros de jornada qual líquido esmeraldino e reconfortante;

Lágrimas, joias que afloram hoje aos nossos olhos perturbando-nos a felicidade, mas enfeitando-nos o coração ulcerado, nas tramas do ódio no passado.

Por isto, lutas e dores, provas e expiações, esperanças e afetos, céus plenos de estrelas, noites tempestuosas, são sempre páginas de nossa vida que deveremos desfolhar uma a uma, até ao epílogo.

Felizes, então, criaremos, com certeza, novos livros nos quais escreveremos, com a nossa experiência santificada nos mais rudes labores, os feitos de amor, as flores da caridade, a ascensão para os planos grandiosos da Sabedoria e da Verdade.

Razões do meu destino...

Estão gravadas em letras de fogo no espírito, eterno caminheiro à procura da perfeição.

Por isto, hoje e sempre, com o Evangelho glorioso em nossas mãos e em nossos corações, procuremos sintonizá-los com a Grande Luz, dispostos sempre à caminhada que nos levará aos novos e esplêndidos destinos.

Seja conosco a paz do Senhor.

BEZERRA DE MENEZES

(Fonte: Mensagens de Luz, Paz e Amor – Espíritos Diversos/Maria Cecília Paiva)

OS EVANGELHOS EXPLICADOS:
APRESENTAÇÃO DE JESUS NO TEMPLO, ENTRE OS DOUTORES

(Lucas, 2: 41 a 52)

Mãos de um carpinteiro trabalhando sobre a madeira71. Depois da discussão pública no templo, depois que Maria e José aí o encontraram e depois de dar a Maria a resposta de que acima tratamos, Jesus partiu na companhia deles e voltou para Nazaré, onde permaneceu com Maria até à época em que, sob a aparência de um homem de trinta anos, começou a desempenhar sua missão publicamente, às margens do Jordão.

72. José morreu algum tempo após esse regresso. Sua missão estava finda.

73. Que fez Jesus durante o período de dezoito anos decorridos desde que regressou a Nazaré até a época em que deu começo ao desempenho da sua missão?

74. Sua aparente vida humana transcorreu dividida entre o labor manual e a prática do amor, isto é, da bondade e da caridade para com todos os que o cercavam.

75. Passava por viver retirado e buscar a solidão. Cumpria todos os deveres ostensivos da humanidade, do ponto de vista da família e das relações com os pais e os vizinhos, submisso à Lei do trabalho, que Ele teria de fazer com que fosse considerada a maior e a mais justa das leis e adotada por homens que, como vós, se revoltavam contra o seu jugo.

76. Tendo vindo para pregar pelo exemplo, Jesus deu o exemplo; mas, repetimo-lo, sua vida exterior não era íntima e vulgar como a vossa e o gosto que parecia ter pela solidão o isentava de todas as exigências da vida comum. Maria compreendia e animava esse gosto, por isso que, conforme já o dissemos, sob a influência dos Espíritos seus protetores, ela tendia sempre a favorecer aquela maneira de viver do Filho.

77. Durante o tempo que não consagrava à prática da Lei do trabalho, por meio do labor manual, à prática da bondade e da caridade, ao cumprimento de todos os deveres ostensivos da humanidade, Jesus se ausentava, afigurando-se a Maria e aos homens que repartia assim o tempo entre os deveres humanos e a prece, sem que jamais o tivessem visto fazer qualquer refeição, tomar qualquer alimento humano, seja em casa com a família, seja alhures. O que a este respeito vos dissemos, relativamente ao período longo que decorreu desde o seu nascimento em Belém até aparentar a idade de doze anos, se aplica ao período posterior, que vai do seu aparecimento no templo até ao começo da sua missão, sob a aparência de um homem de trinta anos. Maria se habituara a essa existência tal como vos hemos descrito e explicado.

78. Ele se ausentava, isto é, desaparecia, quando o julgavam ausente ou em retiro, e voltava às regiões superiores, onde pairava e paira ainda, nas alturas dos esplendores celestes, como Espírito Protetor e Governador da Terra. Mateus, Marcos, Lucas e João Assistidos pelos Apóstolos.

(Fonte: "Os Quatro Evangelhos", org. de Jean Baptiste Roustaing, psicografia de Émilie Collignon, Ed. Ibbis, Brasília, 2022. Tomo I, Item 47, parágrafos 71 a 78)


ESTUDOS FILOSÓFICOS:
A maior e melhor série de artigos
da literatura espírita brasileira está de volta!

Artigo CDXVII - Gazeta de Notícias, 08-12-1895

Retrato de Bezerra de MenezesO Jornal do Comércio apresentou ao público o relatório dos médicos da polícia sobre o caso da morte de uma mulher em uma sessão espírita, com esta recomendação: “É um documento importante e digno de ser apreciado.”

Compreende-se o desejo que sentimos de apreciar a tão recomendada peça; mas… não encontramos nela senão uns retalhos de ciência, já muito sovados e lançados à margem pela ciência.

O mérito da obra consistiu na pintura, distintamente executada pelos talentosos médicos.

Se os ilustres professores se tivessem mantido dentro dos verdadeiros termos de sua missão: esclarecer a justiça sobre a influência que pudesse ter tido sobre o caso, o fato de ter ido a uma sessão espírita a mulher já predisposta para derrames cerebrais, seu trabalho merecia bem, e neste ponto bem mereceu a recomendação do Jornal do Comércio.

Em tal caso, far-lhe-íamos, apenas, a seguinte anotação:

Aquela mulher, pelas condições em que se achava, tanto podia ser vítima da emoção causada numa sessão espírita, como da que sentiria, no teatro, vendo representar um drama de grande efeito, ou, na igreja, ouvindo um sermão sobre as penas eternas do Inferno.

Os ilustres médicos, porém, parece que quiseram aproveitar a oportunidade para combater o Espiritismo – e ei-los, fora do seu papel de peritos, a zurzirem a quem não estava em causa: a verdade ou a mentira do Espiritismo – a má-fé e a ignorância dos espíritas.

Aqui, hão de reconhecer-nos mais do que o direito de anotação – hão de reconhecer-nos o de justa defesa.

E principiaremos perguntando: o que lucra a justiça, no caso vertente, em saber que o Espiritismo não passa de artifícios por sugestão ou autossugestão – e que, portanto, as manifestações são obras de velhacos para incutirem falsas ideias no ânimo de ignorantes?

Nem lucra a justiça, nem adianta à ciência; aquela porque não tem interesse em saber quem é o pai dos filhos de Zebedeu – e esta, porque os ilustres médicos brasileiros não ofereceram o mínimo subsídio à questão debatida.

Este argumento da sugestão não é novo – e, pesa-nos dizer que na alta ciência, lá do velho mundo, cairia no rídiculo quem ainda se lembrasse de evocá-lo do depósito de trastes inutilizados, tais e tantas têm sido as provas, colhidas pelos mais distintos sábios daquelas paragens, da espontaneidade das manifestações espíritas.

E, para que não fique nossa afirmação pendente do juízo dos que julgam os espíritas velhacos e ignorantes, vamos dar-lhes as provas.

Dividamos o argumento policial em duas partes: sugestão – e autossugestão.

Sugestão é a imposição da vontade de um indivíduo à vontade do outro, que lhe fica escravizado, por modo de obedecer passivamente ao que lhe ele impõe.

Se o fenômeno espírita não é senão um produto de sugestão, é de rigor que se amolde sempre à vontade do sugestionador.

Como então, o eminente Crookes, por exemplo, ou o grande Lombroso, propôem-se a provar que o fenômeno espírita é magicatura grosseira – e têm provas contrárias à sua vontade – provas que os obrigam a confessar, urbi et orbi, que tal fenômeno é uma verdade?

Citamos duas eminências científicas da atualidade, quando bem podíamos citar dezenas; porque suas provas foram tão cabais, que só os remendões da ciência ousaram recalcitrar.

Ninguém nega os fenômenos de sugestão – o que só nega, é que a lei que rege tais fenômenos, compreenda os espíritas – e isto fica evidente, desde que se apresenta uma multidão deles que, nem por pensamento, podem ser produto de qualquer gênero de sugestão.

Expliquem os ilustres professores da polícia o fato de ir o sugestionador resolvido provar o – não – e não alcançar senão o – sim. Como encaixar ali a sugestão?

A escrita direta, hoje aceita por todos os sábios do mundo, é fácil de ser provada aos remendões que ousarem contestar as experiências daqueles – a escrita direta jamais poderá ser explicada pela sugestão.

Zöllner, o venerando sábio alemão, acompanhando de três outros sábios professores, todos incrédulos do Espiritismo, tendo chamado o médium Slade345 a seu gabinete, onde tinha, ele mesmo, preparado duas louças articuladas e fechadas à chave, que guardou consigo, obteve, pela simples aposição da mão do médium, a escrita direta.

Expliquem os ilustres professores da polícia este fenômeno espírita pela sugestão.

Crookes obteve de um médium, que lhe dissesse a palavra do Times, que estava em uma mesa atrás de si – e em que pôs o dedo, sem ele mesmo saber qual era.

Expliquem o caso, se querem salvar a tal sugestão, já hoje – e por obra destes e de outros fatos, desprezada como arma de combate contra o Espiritismo.

A autossugestão ou sugestão do próprio Espírito do médium, que o faz dizer inconvenientemente, depois de sonambulizado, aquilo que fez em seu estado consciente, plano de dizer; a autossugestão, aliás possível n’alguns casos, não pode também compreender todos os casos de mediunidade.

É intuitivo: que o médium não pode traçar um plano superior às suas forças intelectuais – que, por exemplo, sendo ignorante de Medicina, se proponha a fazer uma perfeita crítica científica do sistema de Charcot, na cura das moléstias nervosas, opondo-lhe com as mais judiciosas razões o sistema de Vulpian.

Pois bem, este fato deu-se entre nós, sendo o diretor do trabalho um ilustrado médico materialista, que, por amor à ciência, procurou um grupo espírita para experimentar.

Aqui nem houve autossugestão, porque o médium não poderia ter as idéias que emitiu – nem uma sugestão, porque o ilustrado e respeitável observador e diretor do trabalho confessou não ler cogitado de Vulpian, sendo até desconhecedor do sistema deste sábio professor, oposto ao de Charcot.

Já vai longe este artigo e nós queremos que nos leiam.

Fiquemos, pois, com o que deixamos exposto e aguardemos a ocasião de continuar com o que nos falta para debulhar, até o sabugo, a espiga do relatório policial!

Max.

(Da União Espírita)

Fonte: Confira o original deste artigo no arquivo da Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Para conhecer os demais artigos dessa coleção e seus volumes publicados por nossa CASA visite por favor nossa Biblioteca Virtual.